Parabéns para quem não é mãe

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Parabéns para mim que não sou mãe e que, diariamente, luto para acreditar que sou capaz de amar de forma completa, plena, profunda e incondicional mesmo que eu não tenha filhos.

Parabéns para mim que não acho que eu seja “menos mulher” que as outras que geraram crianças em seus ventres.

Parabéns para mim que não duvido que sou importante apesar de escutar que não cumprirei o papel para o qual fui designada biologicamente nessa vida, que é botar uma outra pessoa no mundo (e aqui entre nós, esse nosso mundo não é um lugar tão bacana assim para colocar mais gente nele).

Parabéns para mim que nessa época escuta jornalistas finalizando matérias sobre maternidade com “é a mulher elevada ao mais alto grau de amor” e ainda assim consigo manter firme a minha crença de que sou capaz de atingir tal intensidade do sentimento, mesmo que seja de diferentes maneiras, concentradas em diferentes “receptores”.

Parabéns para mim que não desfaço ou julgo a maternidade alheia e só peço e espero que não julguem e desfaçam meus sentimentos e minha capacidade de sentir e dar amor pelo fato de eu não querer ter filhos.

Garanto que não é nada fácil ser uma mulher que não tem vontade de ser mãe na nossa sociedade patriarcal.

Então, parabéns para mim.

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