Numa sexta à noite reunimos quatro casais para jantar: os brasileiros, os chilenos anfitriões, os noruegueses e os israelenses. As mulheres – que se conheceram nas aulas de inglês – de nacionalidades, idades, culturas e vidas diferentes, se tornaram amigas e descobriram tanto em comum que a amizade foi simplesmente inevitável.
E naquela noite elas finalmente conseguiram reunir os maridos, protagonistas de tantas e tantas conversas, em um lugar só. Homens completamente diferentes que tinham duas coisas em comum (pelos menos essas duas evidentes): a ligação com a universidade californiana e a amizade das esposas.
Essa possibilidade de conhecer pessoas de todos os lugares do mundo que a experiência de morar fora do Brasil me proporcionou foi incrível e impagável. Mas não só conhecer: conviver, criar laços. Estabelecer uma comunicação possível além das nossas línguas nativas; estabelecer uma relação de amizade além das fronteiras.
Não sou daquelas que acredita no “um milhão de amigos” para alcançar a felicidade; sigo cada vez mais no oposto dessa afirmação. Tenho poucos e bons. Mas também não é por isso que viro a cara quando a vida me apresenta gente querida.
Afinal é tão bom almoçar junto todas as quartas-feiras, sair para fazer compras, não parar de falar por um segundo durante as aulas, rir até a barriga doer, tomar café, pintar as unhas, entender a outra mesmo com os terríveis erros de gramática e os sotaques diferentes, conversar sobre questões difíceis, respeitar a opinião oposta à sua e estar ali oferecendo o abraço, não apenas nos momentos de alegria, mas de profunda confusão e tristeza. O amor, minha gente, é universal.
Mando aqui um beijo muito carinhoso para Einav, Paulina e Liv, que não conseguirão entender esse texto em português, mas sempre terão um lugar muito especial no meu coração.