Uma das coisas que mais gostei de Inside Out* (Divertida Mente, em português), animação da Pixar que vi há pouco tempo no cinema, foi a importância dada para a tristeza. Achei o filme todo fofo, engraçado e inteligente. Mas, principalmente por ser feito para crianças e adolescentes, acho simplesmente genial deixar claro que sim, você tem que ser feliz mas também é importante se permitir ser triste.
Porque, convenhamos, existe uma pressão de “felicidade extrema” muito cruel, principalmente quando você é adolescente e que não passa na fase adulta.
Eu acho de uma superficialidade imensa amizades baseadas em animação de boteco. Tá, serei menos radical: amizades superficiais de boteco são legais para aquele momento ali; é muito fácil ser amigo quando todo mundo enche a cara, dá risada e abraça a garrafa de cerveja junto.
Mas naquele momento de dor que às vezes demora para passar e você só precisa que alguém segure sua mão e te passe a reconfortante sensação de que estará ali quando você precisar, com paciência, uma panela de brigadeiro e sem julgamentos, isso sim, não é fácil. Mas quando acontece, aquece o coração.
Inside Out me tocou muito por isso: não é fácil ter a consciência de que, às vezes, a tristeza ajuda e muito como um primeiro passo para o auto-conhecimento e a aceitação do que está acontecendo com você. E é a partir daí que vem o trabalho para melhorar.
Não estou levantando aqui a bandeira de que você precisa ser deprê para ser feliz, não é isso. O que acho problemático é abafar a tristeza para tentar se convencer de uma tal felicidade que muitas vezes é frágil demais.
Por isso, quando for necessário, ser permita ser triste; se permita sentir algo ruim, tentar entender porque você está se sentindo daquele jeito e, a partir daí, correr atrás da melhor forma para ficar bem.
Quem dera eu soubesse o segredo da felicidade (esse texto tá super “auto-ajuda”, né?). As pessoas que me conhecem de verdade sabem como a tristeza e a euforia andam de mãos dadas na minha cabeça e coração. Mas por isso mesmo sigo tentando, de maneiras tortas e eventualmente acertadas, fazer com que minhas Sadness e Joy sigam em harmonia. Um dia.. quem sabe.
* Ah, para quem não viu e não sabe nada sobre, o filme mostra a personificação de alguns sentimentos: Joy (Alegria), Sadness (Tristeza), Fear (Medo), Anger (Raiva) e Disgust (Repulsa) dentro da cabeça de uma garota que muda de cidade e passa por uma fase dificil. É fofo e vale muito a pena ser visto.
Bom texto, Paloma. A tristeza foi o personagem/emoção de que mais gostei.
O filme é realmente genial e talvez o melhor do ano. A Pixar é foda!