Acabei de receber por e-mail a lembrança de que, há exatamente 1 ano, contratei uma diarista para limpar o meu ex-futuro- apartamento. Foram 6 meses de uma procura extremamente cansativa. Quando finalmente consegui, fui demitida no dia em que o carreto juntaria minhas coisas e que eu finalmente mudaria para “A MINHA CASA”.
Essa coincidência aconteceu num período onde, há meses, eu lidava com pressão, depressão, traição, humilhação. Cheguei em um nível de exaustão que, até hoje, não sei como aguentei.
Na verdade, não aguentei. Surtei. Chorei. Gritei. Bati. Sofri. Cancelei contrato, paguei multa. Surtei. Chorei. Gritei. Bati. Sofri. Tive quem cuidou de mim quando eu só pensava em não viver.
E hoje fui lembrada do que estava por vir num dos piores anos da minha vida. Não fui forte; apenas sobrevivi. E aquilo tudo passou. Porque tudo, absolutamente TUDO passa.
E a gente muda, aprende, se arrepende, segue em frente. Há 1 ano eu tinha outra vida que mudou totalmente e me deu outra vida que ainda não é a vida que tenho para ser vivida.
Foram meses de luto, dor, sofrimento, de resgate, de auto-conhecimento. Meses de tratamentos. Meses em que voltei a gostar de mim. Mas só em alguns aspectos; ainda tenho um longo caminho a seguir.
Por enquanto não sigo, apenas espero. Afinal há 1 ano eu nunca imaginaria que enfrentaria uma pandemia. A minha vida não tem roteiro, cronograma, preparação. Não faço a menor ideia de onde estarei no ano que vem. Só torço, com todas as células que habitam meu corpo, que estejamos bem.