CLT

Durante uma conversa no 2 de fevereiro com a amiga de uma amiga que está virando amiga, falamos sobre minha vida profissional. Ela disse: “(…)se não deu certo você tem que correr atrás de fazer o que ama. É possível!”. E na hora respondi sem pestanejar: “meu problema é que eu amo o jornalismo”.

Não sou dessas pessoas que alardeiam a vocação para mostrar a verdade através do trabalho como instrumento social etc. Mas enquanto via a maioria dos meus colegas de faculdade desistindo e seguindo outros caminhos, eu insistia. Insistia em ficar nas redações mesmo ganhando pouco, trabalhando muito e até sendo maltratada em alguns lugares.

Sempre odiei e fugi o máximo que pude de hardnews (o jornalismo diário que cobre questões da cidade, trânsito, tempo, violência…). Nem sempre foi possível. Mas feliz mesmo eu fui no entretenimento e no comportamento. Falando sobre cinema, TV e sobre mulheres. Sobre machismo, feminismo e luta. Só não trabalhei em revistas (um sonho de consumo); fiz rádio, TV, jornal impresso e internet. Criei programas. Fui chefe de equipes, fiz coisas boas e muitas merdas também.

Aceitei fazer o que não sabia e fui humilde para deixar claras minhas limitações, mesmo com muitos anos de jornalismo nas costas. Já disse que fiz muita merda, né? Pedi demissão e fui demitida. Não soube jogar o jogo em algumas situações porque sempre fiz questão de ser honesta. Paciência.

Pois pela primeira vez desde que passei no vestibular em 2002, não estou procurando emprego. 2019 foi cruel e me vi forçada a parar, me cuidar, me curar, pensar e repensar. Sigo pensando que gosto muito do jornalismo mas sou maltratada por ele. Queria viver desse trabalho: pesquisar, entrevistar, escrever, fazer vídeos, editar. Modéstia à parte, sou muito boa em muitos aspectos da profissão e não tenho vergonha nenhuma de pedir ajuda quando sei que sou ruim.

Não sei do meu futuro. No momento não tenho nada que me prenda, nada que me segure, nada que me sustente. Gostaria de seguir jornalista dentro do que me dá prazer, me faz feliz e orgulhosa. E foi numa conversa no dia de Iemanjá que voltei a pensar na minha profissão, vocação, coração (adoro uma rima afinal sou da cultura, né gente?).

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