MiMa

Sou do tipo apegada/desapegada. Em minhas várias mudanças, em TODAS elas, eu sempre doei roupas, sapatos, bolsas… Quando precisava de dinheiro vendia alguns itens. Desses eu até consigo abrir mão facilmente.

O carreto com as últimas coisas físicas que eu tinha em SP chegou no domingo. Digo coisas físicas porque deixei na cidade um punhado de gente querida.

Após mais de um ano, minha vida em caixas deixou o depósito da Avenida do Estado e estacionou em Amaralina. São coisas que estavam no meu apartamento antigo de “casada” e as que iriam para o apartamento novo de “solteira” que, por essas loucuras da vida, tive que abrir mão bem no dia da mudança.

Me desesperei pelo pouco espaço na casa de minha mãe , onde sigo hospedada. Meu plano era trazer tudo para minha futura casa baiana; mas como a vida ainda está em suspenso em um “sabático forçado”, me viro com o que tenho nesse momento. E tenho muitas coisas. Já separei muitas roupas para doação e outras para vender quando tiver disposição de fazer um bazar.

Mas os livros, quadros e objetos garimpados, comprados e presenteados que acessam a área de boas recordações do meu cérebro e coração, desses não consigo me livrar. Tenho até dúvida sobre o que fazer com cd’s e dvd’s, mas nenhuma sobre postais, cartas, bonecos, copos, vasos e objetos de decoração que acumulei durante a vida. Não são tantos para uma casa nova, mas são muitos para um quarto novo. Ainda assim, do meu jeito, no meu tempo, acomodarei o que me emociona e me lembra que existem bons momentos nessa vida difícil.

Fiquei emotiva quando, ao abrir uma das caixas, encontrei essa boneca feita especialmente para mim por uma grande amiga que está no sudeste. O vestido rosa e o cabelo laranja (de uma época em que ostentei essa cor na cabeça) a fizeram lembrar de mim. E a boneca me fez pensar nela…