O norte da costa oeste dos Estados Unidos não é um destino comum para os viajantes ocasionais. É compreensível. Se você não tem grana e tempo para gastar no país e optou pelo lado do Pacífico ao invés do Atlântico, a Califórnia, de San Francisco até San Diego, é muito atraente para todos os gostos – ainda mais se você decide dar uma esticadinha até Las Vegas em Nevada, e Grand Canyon, no Arizona – estados vizinhos. Mas o que muitos não sabem é que, subindo no sentido canadense, um novo, interessante e lindo mundo de possibilidades se abre para fazer turismo dos bons.
Às vésperas do Spring Break americano (aquela semaninha de relaxamento que os paulistas conhecem como “semana do saco cheio”, da qual os baianos, como eu, nunca foram agraciados), e após enfrentar a multidão que tentava alugar um carro para também fugir do deserto que se tornaria a cidade nos próximos dias, saímos – eu e o marido – de Davis, Califórnia, em direção à Portland, Oregon.
O percurso de quase nove horas já dava sinais, logo no início, da paisagem predominante dos próximos dias. Árvores, pontes, rios e uma natureza diferente da que os brasileiros estão acostumados – talvez tenha achado isso porque sou nordestina e tudo estava meio cinzento.
Na Shasta Mountain que fica no limite da Califórnia, por exemplo, havia neve. De longe o topo branco da montanha, em plena primavera, indicava que as temperaturas seriam diferentes das de Davis, próxima à capital Sacramento, quase em clima de verão. Durante toda a viagem tomamos chuva e pegamos temperaturas baixas (por volta de 11, 12 graus).
Portland é conhecida por ser esquisita e indie/hipster ou sei lá que outra definição moderninha poderia ser aplicada lá. A pequena cidade, cheia de cervejarias (mais de 35) e rodeada por uma floresta, parecia estar toda em construção. Não é bonita, mas tem charme. E tem a Powell e a Voodoo.
A passagem por Portland foi rápida mas marcada por duas coisas: primeira, a maior livraria independente do mundo (1005 W Burnside St., Portland, Oregon). O marido, da área de letras, é louco por livros. Ele sequer passou da entrada do lugar que reunia, pelo menos, outros 3 andares de publicações novas e usadas com preços muito convidativos. Ficou com medo de surtar, coitado. Além dos livros, em vários cantinhos foi possível encontrar uma grande variedade se souvenires com referências à cidade ou só com piadas, citações e funções legais.
Já o Voodoo Doughnut tem o melhor donut que eu já comi na vida, sendo que eu não gosto tanto de donuts (se é para comer doce, conheço opções bem melhores pros lados de cá e que valem as calorias ingeridas). São algumas lojas na cidade mas só fui na original (22 W 3rd Avenue, Portland, Oregon).
Lá, as filas são imensas e estão presentes em qualquer momento do dia, formadas por turistas e por locais. O preço é ótimo e o gosto então, nem se fala. “Memphis Mafia” é O nome. Massa frita com pedaços de banana, canela e topo coberto com manteiga de amendoim e chocolate. Do tamanho de uma pizza brotinho. Preciso falar mais?
Próximo ao Voodoo fica o Shanghai Tunnel (211 SW Ankeny St, Portland, OR), bar com cara de rua Augusta, escurinho, no porão, com mesas de bilhar, máquinas de pinball, umas lanternas chinesas penduradas no teto e garçons cabeludos com camisetas legais fazendo referências a bigodes (hipster?). Vale se entupir de açúcar no primeiro e depois aproveitar a noite no segundo lugar – e dependendo da quantidade de álcool, vale voltar e comer mais donuts cheios de glicose. :)
2 comentários em “Duas dicas imperdíveis em Portland”