
Quando soube que os americanos fariam uma versão de Les Revenants, fiquei confusa. A série francesa só teve uma temporada até o momento – e os fãs, assim como eu, seguem ansiosos esperando pela continuação que deve estrear no segundo semestre de 2015.
E aí, eis que o canal A&E resolve fazer algo semelhante, só que falado em inglês. Não entendo. Eu sei, eu sei que não é nenhuma novidade, olha aí o caso de The Office, que muita gente sequer sabe que é uma série inglesa que não passou da segunda temporada e a versão feita nos Estados Unidos fez um mega sucesso. Mas, como na época que tudo aconteceu eu não acompanhava a inglesa, não fiquei tão indignada quanto o caso de agora. Me chamem de incoerente, tudo bem, eu aceito.
Vi no primeiro episódio de The Returned uma cópia descarada de uma série que sequer foi desenvolvida ainda. E uma cópia que, para quem viu a original, parece que cheira a plástico.
Alguns personagens têm os mesmos nomes; a paisagem, apesar da ambientação em países diferentes, é a mesma; as histórias são iguais; alguns personagens ascenderam profissionalmente – sei lá porque acham melhor transformar uma enfermeira em médica, já que outras coisas são idênticas.
E é isso que me deixa mais confusa: porque copiar algumas coisas e outras não? Porque mudar certos aspectos e outros, os mais importante, deixar iguais? Você que mudar ou quer fazer diferente? Quer chupar o que você acha de bom mas dar sua “mexida” na história, para ter sua assinatura? Sei não.. gostei não..
Os atores de Les Revenants têm uma cara muito mais real, obviamente, do que os galãs escalados para The Returned. E isso já faz com que a aura de mistério da francesa pareça mais profunda e dolorosa. Talvez eu ache isso porque tive um olhar de preconceito, assumo, quando assisti.
Ou talvez seja essa pasteurização que a indústria americana enfia em seus produtos para deixá-los todos com a mesma cara. Que fique bem claro, gosto, e muito, de muita coisa produzida aqui, mas é só assistir produtos de outros países que você consegue perceber de imediato a diferença. E aí, acaba ficando meio no insciente da gente, pelo menos no meu, de dar uma atenção maior e até ver mais qualidade nesse diferente. Viajei muito?
Fato é que a história dos mortos que voltam é muita boa. E provavalmente fará sucesso, e talvez ganhe até milhões de temporadas enquanto os franceses lutam lançar a parte dois. Há um tempo até escrevi sobre ela no blog que tive no Yahoo, comparando com Resurrection, outra série de temática parecida, que estava para estrear e não escapou das comparações. Vai ver que como essa vingou, acharam que valia investir na outra.
Se você gostou de The Returned, por favor, corra atrás de assistir a original. Vale muito a pena.
Coloco aqui a música que fez parte do comercial que anunciava a estreia da série nos Estados Unidos e me apresentou à essa versão linda de uma música pelo qual sou apaixonada há muitos anos (obrigada Confissões de Adolescente).
Remakes, sejam de filmes ou agora seriados, sempre tem essa questão do quanto mudar, do quanto copiar ou simplesmente por que refazer. A questão da língua é foda mesmo nos EUA, a galera não curte legenda. Sempre tem situações que funcionam, outras vezes não. Mas a televisão que estava bem agora está embarcando em remakes ou a outra moda que é adaptar filmes como seriado. E viva a “criatividade” (risos).