Baby e eu

Outro dia, numa noite qualquer, estava passeando pelos canais de TV tentando me distrair enquanto o sono não chegava. Eis que na MTV vi o anúncio do show de Baby Consuelo (ou seria “do Brasil”? Eu gosto de Consuelo). Fiquei curiosa porque, há um tempão, li vários comentários elogiosos sobre uma apresentação que ela fez em Salvador.

Então decidi acalmar meus dedos nervosos no controle remoto para ver e ouvir do que se tratava, com a esperança de que ela não demorasse muito para cantar A menina dança, música que me agrada bastante do clássico Acabou Chorare – disco dos Novos Baianos.

E para a minha grande surpresa me vi completamente hipnotizada por uma sequência de canções que me fez voltar, de uma maneira incrível, para minha infância. Eu não tinha ideia de como as músicas de Baby foram tão presentes na minha vida. E foram mesmo. Na verdade, foram de uma forma involuntária.

Desde pequena, quando meu pai me colocava para dormir, ele ligava o rádio baixinho e deixava lá, a noite inteira, para que eu dormisse escutando música. Sempre na Educadora (onde, muitos anos depois, trabalhei como estagiária e achava estranhíssimo conhecer pessoalmente aquelas pessoas – os locutores – com vozes tão familiares). Pois as músicas da ex-de Pepeu e mãe de pessoas com nomes esquisitos, pelo visto, tocavam muito naquela rádio.

Mas o mais interessante é que a nostalgia não veio apenas pelo meu antigo quarto, cama, travesseiro e aparelho de som que embalavam meu sono; eu tive sensações de finais de tarde à beira mar, com a pele queimada de tanto tomar sol durante o dia e o cheiro de maresia impregnado, tanto em mim quanto no ambiente. Ah, como eu sinto falta do cheiro de mar.

E, em uma noite dessas, escutando Seus Olhos, Telurica, Menino do Rio, Sem Pecado e Sem Juízo, me transportei para uma Salvador que me enche de saudades.

Obs: Consuelo, além de ter virado “do Brasil”, também se tornou evangélica; ela declarou por aí que foi Deus quem permitiu esse breve retorno para cantar seus antigos sucessos em alguns lugares do país. Imagino que o cachê tenha ido todo para o dízimo, claro.

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