Será que a TV acaba?

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Muito se tem dito sobre o fim do jornal impresso por conta do avanço dos meios digitais de notícias. Sobre isso eu acho que é apenas uma questão de tempo – pouco – e que realmente o papel está com seus dias contados, pelo menos no formato diário.

E agora o Netflix me fez pensar sobre as mudanças que o online pode provocar nas TV’s. Engraçado que, apesar da disponibilidade de vídeos em plataformas como o YouTube ou a facilidade de baixar no conforto do seu lar qualquer tipo de produção que se queira assistir a qualquer hora – ops, ainda é ilegal? -, a característica super popular da televisão nunca me fez questionar seu lugar nesses tempos modernos.

Porque, aqui entre nós, o público que compra jornal impresso e que gosta daquele ritual de ler de cabo a rabo está envelhecendo… os que vão ficando – sim, vivos – preferem ler notícias em seus computadores, tablets, celulares etc (e aí entra outra discussão sobre o tamanho e a qualidade do que passa a ser consumido, mas fica para outro post).

Mas a TV aberta ainda me parece ter grande alcance e força nas casas da maioria da população brasileira. É a principal distração depois de um longo dia de trabalho, é a principal companhia nos finais de semana. Ainda acho que aqueles que se interessam pelo que os canais a cabo oferecem ou que gostam de “adquirir de formas ilícitas” certos programas, ainda são uma pequena parcela que não oferece tanto risco assim no sentido de perda de audiência, falência, demissões ou fechamentos, como tem acontecido frequentemente em vários jornais impressos por aí.

Após toda essa minha divagação especulativa explico porque comecei a pensar nisso: House of Cards, do Netflix. Netflix é uma serviço que eu considero fantástico. Conheci quando morei nos Estados Unidos e pouco tempo depois parte dele veio para o Brasil. Parte? É.

Para quem não conhece, o Netflix é um tipo de locadora online só que ainda mais legal. Você paga um valor baratinho todo mês (R$ 16,90) e tem acesso a várias opções de filmes, seriados e documentários prontos para serem assistidos em streaming, o que significa que você não precisa baixar nenhum arquivo no seu computador, basta apertar o play e ter uma conexão de internet boa para evitar interrupções nos melhores momentos. Nos Estados Unidos existe a opção de pedir filmes pelo correio, serviço que lá funciona muito bem. Aqui, veio só a parte online mesmo mas que, pelo valor e as opções disponibilizadas, vale a pena.

Pois o NetFlix, que é conhecido como um sistema de “TV por internet” começou a produzir seriados próprios. Foram três até o momento. Em 2011 foi lançado o primeiro: uma comédia chamada Lilyhammer. Mas o sucesso absoluto veio em fevereiro de 2013 quando o site disponibilizou todos os 13 episódios de House of Cards, drama sobre os bastidores da política nos Estados Unidos dirigido por David Fincher (diretor de Seven, Clube da Luta, A Rede Social, Os Homens que Não Amavam as Mulheres etc) e estrelado por Kevin Spacey (de Beleza Americana e Os Suspeitos). A série, que tem uma absurda qualidade de texto e elenco, é um remake de outra com o mesmo nome, exibida pela BBC em 1990. As duas foram baseados no livro de Michael Dobbs.

Um dos principais diferenciais dessas produções do Netflix é a possibilidade para o telespectador (esse termo pode ser usado para web TV?) de assistir tudo de uma só vez e não precisar esperar uma semana inteira pelo próximo episódio – ou semanas, já que algumas emissoras nos Estados Unidos fazem pausas no meio das temporadas.

Eu vi todos os de House of Cards em praticamente dois dias. O que é bom e ruim. Bom porque você devora aquela história sem ter que esperar muito por seu desenrolar como citei acima; ruim porque acaba logo e você terá que esperar pela próxima temporada. Ou se entreter com outras opções: quando terminei a série política parti para a mais recente produção da empresa: Hemlock Grove, série de terror meio adolescente freak que tem o dedo – produção executiva – de Eli Roth (o amigo de Tarantino que atuou em Bastardos Inglórios e dirigiu O Albergue). Essa achei tosca, tanto que estou levando bem mais tempo para acabar a temporada.

No fim das contas, ainda acho que esse tipo de entretenimento audiovisual consegue ser bem segmentado e atingir de forma eficiente seus públicos-alvo: os que gostam de novelas, de jornal, de aprender receitas pela manhã, de filmes, seriados, programas de viagem etc. E, aqui entre nós, apesar do diploma que tenho guardado em algum lugar e da redução de opções de trabalho, ficaria muito mais triste se a TV chegasse ao fim do que o jornal impresso. Pronto, falei.

Se você não conhecia o Netflix recomendo o serviço (e nem recebo jabá pra isso). Se conhece e tem, corra para assistir as armações de Kevin Underwood em Washington que vale muito a pena. Série das boas.

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2 comentários em “Será que a TV acaba?

  1. Pra mim o Netflix seria genial se exibisse os episódios atuais dos seriados. Mas esse negócio de exibir séries exclusivas é bem legal. To com vontade de ver esse House of cards. E o poder da tv é realmente muito forte. Se as pessoas ainda ouvem rádio, acho difícil a tv acabar.

    1. Mas eu adoro a possibilidade de rever coisas antigas ou mesmo de finalmente conseguir ver temporadas inteiras de seriados que nunca tinha visto antes e que já não são exibidos mais.. acho massa!

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