O poder da capa vermelha

Gosto muito de seriados e alguns posts deste blog deixam isso óbvio. Mas nunca tinha escrito antes por aqui sobre outro tema que me agrada bastante: moda. Hoje quero tentar misturar os dois. Consumo muita informação sobre o assunto diariamente. Acesso blogs, galerias de fotos em sites, leio revistas etc. Gosto dos temas de “mulherzinha”, das roupas, sapatos, acessórios, maquiagens e penteados.

São detalhes tão presentes no dia a dia das pessoas – sim, incluo homens nessa questão também – que mesmo aqueles que usam o discurso “ah, não ligo para essas coisas” são influenciados direta ou indiretamente pelas tendências mundiais. Isso, inclusive, me lembra uma belíssima demonstração de Meryl Streep em O Diabo Veste Prada para a personagem orgulhosamente desleixada de Anne Hathaway. A cruel Miranda Priestly explica por a+b como aquela cor específica de suéter que Andy Sachs usava, provavelmente comprado em uma loja de departamentos, não era daquela cor e daquele modelo à toa. É bem por aí. Acho bem boboca quem pensa que gostar de moda transforma automaticamente alguém em uma pessoa fútil.

E já que eu adoro fazer relações de tudo com o audiovisual, porque não falar sobre figurinos de seriados? Pois bem, resolvi então compartilhar com vocês essa mistura bacana feita em Once Upon a Time que, apesar do início meio esquisito e da incapacidade irritante de usar de forma decente o chroma key, me conquistou.

Na série, a grande maioria dos personagens vive em dois mundos: o dos contos de fadas e o de uma cidadezinha interiorana dos Estados Unidos nos tempos atuais. Então, como representar nas roupas do dia a dia algumas características de quando eles eram os famosos personagem que, desde sempre, vivem no imaginário de crianças e pós-crianças que cresceram acompanhando suas histórias?

Pois eu acho que a ideia principal foi exatamente sair do óbvio – na mundo do faz de conta colocar o que todo mundo espera ver mas, na vida real, modernizar mesmo o guarda-roupa de todos. Mas quem me agradou mesmo foi a personagem que usa uma forte referência da fantasia. Já explico.

A Rainha Má (interpretada por Lana Parrilla), por exemplo, é super moderna e tem um figurino de matar Lady Gaga de inveja, mas só quando é dona de uma castelo e esbanja poderes mágicos. São mangas exageradas, golas imponentes, collants bordados e chapéus extravagantes – sempre abusando do preto e vez ou outra um roxo, como a clássica rainha do desenho de Walt Disney.

Já como Regina, prefeita de Storybrooke, ela é clássica, básica, sem nenhum glamour. Prioriza os tons escuros mas vez ou outra aparece com uma camisa branca. Não existe nenhuma referência forte ao seu “outro eu” nas suas roupas, apenas na árvore de maçãs vermelhas que ela cultiva no jardim da casa onde mora.

Já a Branca de Neve (Ginnifer Goodwin) não usa branco o tempo todo (nem azul, amarelo e vermelho ao mesmo tempo). Ela varia entre o super cabelão com roupas de guerreira em tons de bege – acredito eu que para ajudar na camuflagem da floresta – e um visual romântico de professora primária Mary Margaret, cheio de saias, vestidos e casacos coloridos.

Apesar da roupa não ser nada de mais (eu usaria várias peças mas gostaria de algo mais interessante para a personagem, com mais personalidade), o corte curtíssimo é responsável por acabar com a sem gracisse do look; ela é a única que tem cabelos diferentes nos dois mundos, o que acaba também com a “cara de princesa”. Talvez porque, na “vida real” da história, ela é mais a mãe de uma heroína do que a Branca de Neve em si.

De todas, a minha preferida é Ruby (Meghan Ory), a Chapeuzinho Vermelho. Ela é a única que tem uma característica muito específica que faz com que seja impossível não saber quem ela era, mesmo sem apresentações.

Sua lindíssima capa com capuz cor de sangue está mais que presente quando a moça enfrenta perigos – ou até mesmo se torna um deles – na floresta, porém, quando os figurinistas a colocaram como garçonete no bar Granny’s, abusaram da piriguetice não deixando de lado, NUNCA, a cor que a define.

Seja no batom, numa boina ou em mechas coloridas em seu cabelo escuro, a moça, que também é lindíssima, se destaca como um ponto vermelho na multidão. E funciona muito bem para a personagem.

De forma geral, os figurinos de contos de fadas são incríveis para estimular o imaginário de quem gosta das histórias e os da vida real são boas referências para quem busca inspirações contemporâneas para o dia a dia. Nada além disso.

E pasmem: o chapeleiro maluco não usa chapéu.

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