Ao contrário de muitas manifestações que li por aí no dia de hoje, não acho que existir um Feriado da Consciência Negra seja uma forma de exaltar o preconceito. Na verdade, nem entendo direito como as pessoas conseguiram chegar à essa conclusão.
Acho que, em um país racista como o Brasil, se a data ajudar a gerar discussão ou pelo menos que alguém páre e pense: “mas porque diabos precisa existir algo assim?”, já é válido.
Eu sou branca, nascida em Salvador, flha da mãe negra que, durante toda a minha infância foi confundida com minha babá. Eu também conseguia perceber a diferença na quantidade de colegas negros e brancos que estudaram nas escolas particulares em que estudei e vejo, claramente, a insegurança de muitos motoristas quando qualquer pessoa de pele negra passa perto de seus carros no meio do trânsito. Então, hipocrisia é dizer que preconceito não existe né?
Existem muitos e seria muito bonito que aparecessem feriados para cada um desses preconceitos tão presentes em discursos cotidianos e “despretensiosos” no Brasil. Ou se não fossem feriados, se fossem mais paradas, mais manifestações de rua que chamassem a atenção de milhões em um dia específico, sei lá. Não tenho solução. Mas não acho absurdo.
O absurdo, hoje, é que exista o tal feriado em cidades como São Paulo e não em Salvador onde mora a maior população negra no mundo fora da África. Realmente, não entendo.
E para finalizar, como trilha do dia, uma lindíssima música que faz com que toda a negritude que corre por minha veias (infelizmente não tive a sorte de ter na pele) exploda de emoção.
Em SSA já tem feriados demais, esse é o motivo de não ser feriado lá. Tem uma lei de número máximo de feriados locais.