Crise dos 30

Aos 30 entrei em crise. Não que eu não fosse neurótica desde sempre mas, quando virei balzaquiana, parece que o peso da idade, das responsabilidades e da quantidade absurda de fios brancos que apareceram na minha cabeça me deixaram mais louca ainda.

Fiz 31 e a crise não melhorou, diminuiu, passou, sumiu. Ela continua aqui, firme, forte e acabando com meu sono.

Sintomas da tal crise: tudo parece difícil, tudo parece precisar de cuidado, tudo parece precisar de esforço. Eis alguns dos tipos:

A finaceira: preciso ganhar dinheiro, guardar dinheiro e comprar uma casa para chamar de minha, derrubar paredes e pintar as que restarem de cores berrantes que sirvam de pano de fundo para os milhões de quadros, fotos e ilustrações que já tenho guardados e esperam ansiosamente para serem pendurados.

Da beleza: agora me preocupo com cremes para tudo.  Preciso perder 5kg e descobrir que cor usar nos cabelos para acabar de forma eficiente com o aspecto grisalho. Também quero fazer mais tatuagens e mexer em algumas que já existem.

Profissional: decidi que não quero continuar fazendo o que faço e que quero um emprego que realmente goste. Aumento dessa crise: como encontrar e me sustentar até que isso aconteça?

Da saúde: o corpo muda, pesa e parece que tudo fica mais difícil, tudo fica mais travado e fazer exercícios físicos se tornou algo que deve fazer parte da vida como escovar os dentes. E a preguiça? O que fazer com minha grande companheira, sempre presente e responsável pelos meus momentos de ócio acompanhados da crise por não estar fazendo nada de produtivo com o pouco tempo que me sobra fora do trabalho que me suga?

Daí eu puxo o gancho para a crise intelectual: preciso ler mais e escrever mais. Preciso terminar meu primeiro livro. Preciso devorar novos livros. Preciso melhorar meu inglês.

De localização: quero viajar mais e descobrir em que cidade quero morar.

E por fim, a crise de ser eu: preciso aprender a ser mais tranquila, menos ansiosa, mais racional, menos emotiva, menos insegura, mais leve. Preciso ser uma Paloma melhor. Preciso aprender a pensar antes de falar. E me calar enquanto precisar de tempo para continuar pensando.

Desde o ano passado penso em escrever sobre isso. Regularmente, sobre as ações e pensamentos que possam amenizar e quem sabe até exterminar cada uma delas, se é que isso é possível.

Escrevendo, publicamente, acredito que posso criar uma cobrança maior para colocar em prática tais resoluções para meu bem-estar, físico e mental. Ou então, talvez isso se torne apenas mais um crise por ter começado a escrever e deixado na metade, como de costume.

Mas se tudo der errado eu sempre posso…

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2 comentários em “Crise dos 30

  1. O unico local aonde ira encontrar seu caminho é seu Interior…unica viajem saudavel…basta sua linguagem natal…

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