Durante cinco anos estudei piano. Larguei e nunca mais toquei. Acompanhei o processo de apaixonamento do meu pai por partidas de tênis e joguei apenas algumas vezes. Nunca fiz cursos de pintura, nem estudei inglês desde cedo.
Se eu for começar a escrever aqui minha lista de arrependimentos, creio que não a terminarei nunca. São tantas frases, ações e até mesmo pensamentos que me perco.
Provavelmente me arrependo de tudo o que digo, de uma forma ou de outra. Poderia ter sido melhor, mais clara, mais doce. Poderia não ter dito.
Me arrependo de, aos 31 anos, não saber o que fazer direito da vida, não ter escolhido caminhos retos, não ter me planejado para um futuro próximo.
Me arrependo de não ter sido impetuosa, colocado uma mochila nas costas e ter saído pelo mundo, conhecendo todo o mundo.
Me arrependo de ser impetuosa e sair magoando destemperadamente muitos pelo caminho, simplesmente por ser eu.
Me arrependo de tanto.
E sei que continuarei assim, cheia de pensamentos que me fazem gostar menos de mim e que nem sempre servem como lição de vida, aprendizado, amadurecimento.
Pensamentos que me fazer ser mais humana, imperfeita e não tão charmosa quanto deveria. Talvez eu fosse mais legal como pianista profissional ou se tivesse no meu currículo vitórias do Grand Slam.
Provavelmente me arrependerei de publicar esse texto, só para não perder o costume.
Me identifiquei tanto!
Infelizmente, Luiza querida, não sei se isso é uma coisa boa! hehehe