
Outro dia peguei um táxi. Entrei, dei boa tarde e me calei, como de costume.
Percebi que o motorista não escutava música e sim alguns diálogos que não consegui identificar de onde vinham já que eu estava sentada no canto, bem próxima à porta direita, como de costume.
De repente, uma gargalhada. Continuei calada, olhando para fora, esperando que ele não puxasse conversa – estava sem vontade de pensar em assuntos gerais e banais.
Em seguida outra gargalhada e, dessa vez, acompanhada de um comentário: “esse alce é demais”, disse, olhando para mim.
Educada como sou, cheguei para o meio do banco e descobri do que se tratava: um alce de desenho animado estava em um filme de verdade, para delírio do motorista.
Meu primeiro comentário foi: “olha só, não tinha visto essa mini-tv. Que imagem boa!”.
Ele: é mesmo. Eu estava vendo esse filme desde o começo, aí entrou um cliente chato e pediu pra colocar em Datena. Perdi a melhor parte! – relatou aborrecido.
Eu, sem graça: é, que chat..(e fui interrompida por outra gargalhada)
Ele, se deliciando com o alce: isso é demais!
Eu: é, engraçado mesmo – sem achar a menor graça. E pelo menos o senhor se distrai enquanto trabalha…
Logo depois que disse isso pensei que não, ele não deveria se distrair enquanto trabalha, afinal, o trabalho dele é dirigir um carro sem matar ninguém, dentro ou fora do veículo, por conta do alce falante.
Táxis sempre rendem situações inusitadas né? hehehehe