Nem Selton Mello salva Maria Fernanda Cândido

A ideia é simples: fazer um seriado baseado em sessões de terapia. A cada episódio, uma sessão com um paciente diferente. Pequeno custo de produção, cenário e elenco. Aí é partir para um bom roteiro, afinal é quase um monólogo como as terapias mais tradicionais costumam ser, reunir bons atores e fazer sucesso.

BeTipul foi criada em Isreal. A HBO fez uma versão nos Estados Unidos e a chamou de In Treatment. Depois disso, vários países como Argentina, Canadá, Hungria, República Checa e Sérvia – só para citar alguns – ganharam esse formato de seriado na TV. Nunca assisti a nenhum deles. Minha primeira experiência foi com a estreia de Sessão de Terapia, dirigida por Selton Mello, no canal GNT. Serão 45 episódios na primeira temporada, cinco dias por semana, sempre às 22h30, sendo que em cada um deles conheceremos histórias de pessoas diferentes que retornarão com seus dramas em seu dia específico.

A primeira foi Maria Fernanda Cândido interpretando terrivelmente uma médica apaixonada pelo terapeuta. Eu não sei porque a insistência em colocá-la em papéis principais de seriados. Luiz Fernando Carvalho, que considero o diretor que já fez as coisas mais lindas na TV Globo (como a novela Renascer e as minisséries Hoje é Dia de Maria e A Pedra do Reino), cometeu esse sacrilégio ao escalá-la para ser Capitu no seriado homônimo exibido na TV aberta em 2008. Agora Selton, que é um bom diretor e até tentará uma vaga para levar seu longa, O Palhaço, ao Oscar, coloca a ex-modelo para ser a paciente de segunda feira, em um elenco pequeno e que deveria ter sido escolhido a dedo.

Pois, em uma situação onde não existem outras distrações visuais ou sonoras e praticamente a ausência de outro personagem para uma interação e uma ajudinha na interpretação, fica evidente a limitação da moça que é, inegavelmente, muito bonita. E só. O texto, durante os 30 minutos do episódio, foi jogado de forma pouco natural, com aquelas pausas esquisitas de atores iniciantes que se preocupam mais em falar tudo certinho do que passar naturalidade no que é dito. Pois é. Foi fraca, pouco envolvente e interessante.

Zécarlos Machado interpreta Theo, o terapeuta que também passará por sessões de análise no último dia da semana, e conseguiu fazer bem o papel do “sem expressão facial” como todo analista que se preze tenta ser. Espero que de terça à sexta o seriado, que tem uma bela trilha sonora, cenário interessante, movimentos de câmera impecáveis e um bom roteiro, mostre mais a que veio. Afinal, quem é que gosta de segunda-feira?

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4 comentários em “Nem Selton Mello salva Maria Fernanda Cândido

  1. Eu já tinha visto um episódio do americano e não curti muito, mas vi o brasileiro graças a patroa e achei apenas ok. Não achei tão ruim quando você, mas também não me empolguei em continuar assistindo.

      1. Pena eu não poder ver,pois gosto muuuito de Selton. Mas até sem ver posse concordar com vc em relação à bonita atriz, no entanto, não tem intensidade de atuação como tem de beleza.

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