Onde São Paulo vai parar?

A TV Folha publicou o seguinte vídeo:

Continuo assustada com a possibilidade de Celso Russomanno virar prefeito da maior e mais rica cidade do Brasil. Assim como, e diria que além do pavor, sinto uma revolta imensa quando encontro essas demonstrações de conservadorismo que, no dia a dia, aparecem claramente em discursos da classe média paulistana.

É gente que não assume a veia racista e reacionária mas que não aceita que um metrô leve “gente diferenciada” para seu bairro, que acha feio ver dois homens se beijando no meio da rua, que acredita que mulheres que usam saia curta merecem agressões sexuais ou que acha engraçado – e justifica com o bom e velho “mas não é por mal, é maneira de falar” – usar “baiano” como xingamento. E por aí vai..

O mais assustador é que isso acontece na cidade que reúne mais gente de todos os lugares, não só do país mas também do mundo. Que reúne grandes empresas, grandes empreendimentos, grandes possibilidades. Onde existe uma vida cultural intensa. A mais importante universidade do país. Onde o bom exemplo de cidadania e respeito deveria ser dado.

Mas talvez exatamente por ter muito de tudo, a cidade não consegue lidar com tanto e apresente reações agressivas a quem não é seu filho natural, dentro dos padrões de normalidade e bons costumes estabelecidos provavelmente em algum século passado.

São Paulo tem tanto potencial para ser melhor do que isso. Espero que a eleição não prove o contrário.

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2 comentários em “Onde São Paulo vai parar?

  1. Infelizmente esse é uma realidade. A nossa sociedade não está evoluindo, mas sim voltando a ser cada vez mais conservadora. É assustador como a pessoa ao seu lado no trabalho pensa desse jeito e você não sabe. Desde a polêmica da “cartilha gay” eu ando assustado com isso. E não é só aí em SP não, é no país inteiro. Socorro!

  2. O pior é que as pessoas estão cada vez mais cegas sobre seus próprios preconceitos. A sociedade arrota discursos de liberdade social, igualdade racial e democracia e não tolera o diferente. Mesmo quem se diz muito moderno e livre, torce a cara totalmente para qualquer um cujos gostos não sejam semelhantes aos seus, ainda que a manifestação do outro em nada o ofenda. Mas, a verdade é que estamos vivendo uma era de intolerância.

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